Uma dúvida cruel tem atormentado muitos cientistas:
Como, de fato, a lagartixa consegue caminhar pelas paredes, mesmo no teto?
Alguns sugeriram que suas patas possuíssem microventosas. Entretanto, todas as tentativas de se provar a existência de tais ventosas falharam: as lagartixas possuem tal comportamento mesmo sobre o vácuo ou sobre uma superfície muito lisa e molhada.
Em 1960, o alemão Uwe Hiller sugeriu que um tipo de força atrativa, entre as moléculas da parede e as moléculas da lagartixa, fosse responsável. Hiller sugeriu que essas forças fossem as forças intermoleculares de van der Waals.
Tudo bem, mas... uma lagartixa?
Poucos deram crédito a sugestão de Hiller. Até que, em um exemplar recente da revista Nature, Autumm escreveu o artigo "Full, Adhesive force of single gecko foot-hair" (Autumm, K. et al., Nature 405, 681-685 (2000)), trazendo evidências de que, de fato, são as forças intermoleculares as responsáveis pela adesão da pata da lagartixa à parede. Mais precisamente entre a superfície e as moléculas dos "setae", pelos microscópicos que cobrem as patas da lagartixa.
Os dedos da lagartixa terminam em milhões de microfilamentos, cada um com um comprimento de 100 milionésimos de metro. Essas pequenas estruturas, por sua vez, estão subdivididas em mil partes menores, invisíveis a olho nu. Quando os répteis pressionam suas patas contra uma superfície, os filamentos se espalham e cobrem uma área relativamente grande. Como os filamentos aumentam a área de contato, um número maior de forças van der Waals atua entre a pata do animal e a parede, garantindo uma adesão segura. A descoberta pode ajudar engenheiros a desenvolverem novos tipo de adesivos.
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