quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Quasicristais, já ouviu falar?


Em abril de 1982, enquanto examinava uma liga de alumínio e manganês em um microscópio de transmissão eletrônica, Shechtman deparou com uma imagem que contradizia tudo o que já haviam publicado, a imagem observada  mostrava que os átomos em um cristal poderiam ser agrupados em um padrão que simplesmente não se repetiria jamais. E claro, disseram-lhe que  ele estava propondo o que não existia já que até então acreditava-se que em toda matéria sólida os átomos se agrupavam dentro de cristais em padrões simétricos repetidos de forma periódica e constante e que essa repetição era fundamental para se obter um cristal, como um diamante.
Seu primeiro artigo submetido a um artigo periódico na área de Química em 1983 foi rejeitado pelos pareceristas. Esses sugeriram que os resultados da pesquisa fossem publicados em uma revista de metalurgia, o que acabou sendo feito por Shechtman e seus colaboradores.
E em 1984, uma versão resumida do primeiro artigo original sobre os quasicristais foi submetida e aceita pela prestigiosa Physical Review Letters, o que contribuiu para a maior aceitação da descoberta.
Mesmo após a publicação, sua pesquisa não foi bem aceita, inclusive Linus Pauling ( único a ganhar sozinho o Nobel em duas áreas diferentes -Química e Paz) duvidou e detratou dizendo  que não existiam quasicristais ou quasimateriais, mas sim “quasicientistas”.Pauling achava que sabia de tudo, disse Shechtman. O que tinha de brilhantismo, faltava-o em humildade.
Segundo Shechtman, uma pesquisa que realizou em 1987 juntamente com pesquisadores da França e do Japão, em que analisaram a estrutura de um cristal maior do que os inicialmente estudados, contribuiu para a comprovação definitiva da existência dos quasicristais, utilizados hoje no desenvolvimento de materiais que vão de aços inoxidáveis mais resistentes a isolantes elétricos e térmicos.
Agência FAPESP – Uma das mais importantes descobertas na química nas últimas décadas – com aplicações nas mais diversas áreas, como a de engenharia de materiais – enfrentou o ceticismo de boa parte da comunidade científica até ser aceita após mais de uma década. Aceitação que culminou com o prêmio Nobel.









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